Eu sou míope e enxergo coisas nas manchas que vejo.
Escolhi o apartamento que vivia justamente por suas janelas largas. Quase sempre, antes de dormir, preparava uma dose de uísque e tirava meus óculos pra observar a dança dos claros-escuros nas paredes da casa.
Em uma noite quente vi Marylin se levantar da parede, voltei a dormir. Acordei minutos depois, com ruidos vindo da infiltração. Peguei uma lata de tinta e joguei contra as manchas para ouvi-la sussurrar: "Obrigado, você me amou como a uma núvem e não a uma sombra".
domingo, 23 de agosto de 2009
um cinema sob as pálpebras
Sonhado por MOZART SANTOS às domingo, agosto 23, 2009
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TERRON, Joca Reiners. “Um drive-in sob o céu da boca”. In: Curva de Rio Sujo. São Paulo: Planeta, 2003.
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